Varejo, atacado e setor de serviços paulistas abrem 53.237 vagas em fevereiro, aponta FecomercioSP

Os comércios varejista e atacadista e o setor de serviços do Estado de São Paulo registraram saldo positivo na geração de empregos formais em fevereiro. No total, foram criados 53.237 vínculos celetistas, resultado de 334.002 admissões contra 280.765 desligamentos. Com esse desempenho, os setores encerram o mês com estoque ativo de 10.078.612 empregos com carteira assinada.

Os dados compõem as pesquisas de emprego no comércio varejista, atacadista e setor de serviços do Estado de São Paulo (PESPs Varejo, Atacado e Serviços), apuradas mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e pelo impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Desde janeiro de 2019, a FecomercioSP passou a apurar os dados das novas relações designadas pela Reforma Trabalhista, por intermédio da Lei n.º 13.467/2017. Além do caráter estatístico, são informações importantes ao empresário, já que novas possibilidades das jornadas de trabalho são alguns dos principais pontos ocasionados pela reforma.

Em fevereiro, o comerciante respondeu bem aos novos tipos de contratação, pois 56% das vagas criadas no varejo foram de trabalho intermitente. No total, 1.574 novos postos intermitentes foram abertos no Estado de São Paulo, provenientes de 2.737 admissões contra 1.163 desligamentos. O setor de serviços criou 974 empregos formais, seguido por varejo, com 561 novos vínculos; atacado abriu apenas 39 vagas. Considera-se como intermitente o contrato de trabalho que não é contínuo, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto ocupações regidas por legislação própria.

Já o trabalho parcial, jornada cuja duração não excede 30 horas semanais (CLT, art. 58-A), registrou 854 vínculos em fevereiro. O setor de serviços abriu 693 postos de trabalho; varejo gerou 154 vagas; enquanto atacado criou apenas 7 empregos formais.

No mês, foram registrados 4.120 desligamentos por acordo entre empregado e empregador, no qual, entre outras características, se destacam pagamento de metade da multa rescisória sobre o saldo do FGTS (20%) prevista no § 1º do art. 18 da Lei n.º 8.036/1990 e saque de até 80% do saldo do FGTS por parte do trabalhador. Esse número corresponde a 1,5% do total de desligamentos gerais do mês. O setor de serviços liderou essa modalidade (-2.836), seguido por varejo (-1.002) e atacado (-282).

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o varejo costuma apresentar saldo negativo nessa época do ano em decorrência das dispensas de contrações temporárias do Natal, contudo, fechou o mês com bom desempenho, influenciado pelas contratações dos supermercados e das lojas de materiais de construção, que compensaram os desligamentos das lojas de vestuário, tecido e calçados. Já o setor de serviços costuma apresentar saldo positivo nesse período, por causa dos bons números da atividade educacional, com o início do ano letivo. A expectativa da Entidade é que esse cenário favorável continue ao longo de 2019, sobretudo após as aprovações das principais reformas, como as da Previdência e a Tributária, que devem impulsionar investimentos internos e externos.

A Federação ainda recomenda que o empresário fique atento às sazonalidades de seus negócios, algumas delas previsíveis, consequência de feriados, festas de fim de ano, entrada do décimo terceiro, início de ano letivo, entre outras. Para isso, deve manter uma boa gestão, com planejamento estratégico nessas ocasiões. O comerciante também precisa ter muito cuidado com o fluxo de caixa, controlando diariamente o que entra e sai de recursos; ajustando estoque, ampliando ou reduzindo as linhas de produtos de acordo com a época do ano; preço; e quadro funcional.

Serviços

O setor de serviços no Estado de São Paulo puxou a abertura de vagas com carteira assinada em fevereiro: foram criados 50.063 empregos formais, melhor resultado para o mês desde 2014, saldo de 237.687 admissões e 187.624 desligamentos. Com esse desempenho, encerrou fevereiro com um estoque ativo de 7.487.640 postos de trabalho – alta de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o saldo  também ficou positivo, com 145.463 vínculos.

Todos os 12 grupos analisados obtiveram mais admissões do que desligamentos, com destaque para os segmentos de educação (16.351 vínculos) e atividades administrativas e serviços complementares (6.842 vínculos).

Varejo

O mercado de trabalho formal do comércio varejista gerou 996 postos de trabalho com carteira assinada no Estado de São Paulo em fevereiro, resultado de 79.039 admissões contra 78.043 desligamentos. Assim, o setor encerrou o mês com um estoque ativo de 2.074.107 vínculos empregatícios – leve alta de 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo foi de 17.281 mil novas vagas.

Em fevereiro, apenas duas das nove atividades analisadas eliminaram vagas: lojas de vestuários, tecidos e calçados (-3.050 vínculos) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-372 vínculos). Em contrapartida, os segmentos supermercados (1.157 vínculos) e de materiais de construção (1.051 vínculos) geraram o maior número de vagas.

 Atacado

O comércio atacadista no Estado de São Paulo criou 2.178 novos postos de trabalho com carteira assinada em fevereiro, melhor resultado para o mês desde 2014, saldo de 17.276 admissões contra 15.098 desligamentos. Com isso, o setor encerrou fevereiro com um estoque ativo de 516.865 vínculos empregatícios – alta de 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 12 meses, foram 9.732 novas vagas.

 Nove dos dez segmentos pesquisados apontaram saldo positivo em fevereiro, com destaque para produtos químicos, metalúrgicos e agrícolas (403 vínculos); e papel, resíduos, sucatas e metais (397 vínculos). Apenas o grupo de outras atividades sofreu leve baixa, com 24 desligamentos.

 Nota metodológica

Pesquisa de Emprego no Comércio do Estado de São Paulo (PESP) 

A Pesquisa de Emprego no Comércio do Estado de São Paulo (PESP) analisa o nível de emprego do comércio varejista, atacadista e de serviços em seus ramos de atividades (CNAE) selecionados, por meio de dados entregues dentro e fora do prazo determinado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged).