Setor de turismo paulista mostra recuperação e abre novos postos de trabalho em agosto

O mercado de trabalho existente em decorrência da demanda dos turistas, lazer ou corporativo, voltou a registrar crescimento no Estado de São Paulo em agosto. Ao todo, foram abertas 915 vagas celetistas no mês. Com isso, o setor de turismo paulista encerrou agosto com um estoque ativo de 276.642 trabalhadores formais, aumento de 0,3% em relação a julho. É o melhor resultado mensal desde outubro de 2014. No acumulado de 12 meses, 1.177 empregos com carteira assinada foram gerados, o melhor saldo para o período anual desde abril de 2015.

Os dados são da Pesquisa de Emprego do Setor de Turismo no Estado de São Paulo (PESP Turismo), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Segundo a Entidade, no mês, o bom desempenho foi puxado pelos grupos de transportes, com 571 vínculos, e de eventos, com 192 vínculos – mais especificamente pelas atividades auxiliares dos transportes aéreos, com 306 vínculos; e serviços de organização de feiras, congressos e exposições, com 190 vínculos. O único segmento que obteve saldo negativo foi o de hospedagem, com 36 vagas eliminadas.

Apenas uma das sete atividades analisadas sofreu queda no número total de empregos formais em comparação com agosto do ano passado: a de comércio direcionado (-2,1%). Por outro lado, os segmentos de agências e operadores (1,6%) e de eventos (0,7%) apontaram as maiores variações na mesma base de comparação, com a abertura, respectivamente, de 402 e 123 vagas celetistas. 

Para a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, o resultado de agosto dá os esperados sinais de recuperação nos quais os representantes do setor apostavam desde janeiro, mas que foram afetados pela greve dos caminhoneiros. “A retomada no segmento de transportes é muito bem recebida por todos nós, que antecipamos um fim de ano muito positivo. Por outro lado, cabe ressaltar que a redução das vagas no setor hoteleiro é também reflexo desalentador das medidas tomadas pelo governo em função da greve, com aumento de impostos que iriam, necessariamente, comprometer o resultado financeiro de muitos meios de hospedagem, levando à redimensionamento de equipes”.

A assessoria econômica da Federação acrescenta que, apesar dos bons resultados vistos no mês, o momento pede de cautela antes de afirmar uma possível trajetória de alta. O País ainda vive um período longo de instabilidade, após impactos da greve dos caminhoneiros, e o ano ainda é de incertezas quanto ao crescimento econômico e variações cambiais. Há desempenhos melhores do que os vistos em 2017, mas é um ritmo ainda de reação do mercado de trabalho.

Nota metodológica

A Pesquisa de Emprego no Setor de Turismo do Estado de São Paulo é elaborada a partir de informações da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Nela são contempladas 85 atividades de acordo com os respectivos CNAES (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) de subclasse 2.0, divididos em atividades predominantemente turísticas e não predominantemente turísticas.

Para atingir o objetivo de mensurar o mercado de trabalho existente unicamente devido a demanda de viajantes, de lazer ou trabalho, nas atividades não predominantemente turísticas, foram identificados quais dos 645 municípios do Estado de São Paulo possuem mercado de trabalho com média superior de vínculos em comparação a base de referência estadual. Para isso se utilizou o tradicional medidor de vocação locacional, o Quociente Locacional (QL). Como aplicação dele, se permite através de percentuais estimados do estoque ativo de vínculos formais atingir uma projeção do tamanho do mercado de trabalho do setor de turismo da economia paulista.