Paulista troca emprego fixo de mais de 20 anos para se tornar empreendedora

O que faz uma pessoa trocar o emprego fixo, com carteira assinada e férias remuneradas de 30 dias, para se aventurar no mundo dos negócios? Bom, nada disso agradava mais Nildilene Soares de Oliveira, carinhosamente conhecida como Nildi. Ela, que trabalhou durante 21 anos na área de gestão corporativa, como administradora, não via mais perspectivas de aprendizado e crescimento profissional e pessoal na área.

“Nunca pensei em empreender, isso nunca esteve nos meus planos. Mas, após não me sentir mais realizada, surgiu essa ideia e o modelo de franquia foi o que melhor se encaixou no meu perfil, por questão financeira e a facilidade da estrutura já montada para o negócio”, afirma a empresária que tornou-se empreendedora por oportunidade.

Proporcionando sonhos

Ela pediu demissão do antigo emprego e começou a pesquisar segmentos distintos. O setor de viagens foi o que a mais atraiu e “casou” com seu propósito pessoal. Em setembro de 2015, ela começou a empreender na sala da sua própria casa e se tornou franqueada da rede Encontre Sua Viagem. Reservava um horário para cuidar das atividades do lar e dos cuidados com a filha, na época com dez anos, e em outro momento do dia se dedicava à prospecção de clientes.

O empreendedorismo caiu no seu gosto. A dedicação e o rumo dos negócios fizeram com que ela abrisse, no início de fevereiro deste ano, uma loja física, localizada no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo (SP). A loja é em parceria com o cunhado, José Luciano Ribeiro.

Garra e persistência

A experiência de anos no universo corporativo possibilitou conduzir muito bem a gestão do próprio negócio. Totalmente independente e determinada, Nildi afirma que trabalhará duro para conseguir recuperar o dinheiro investido no espaço físico em um ano de loja. A expectativa é que sua carteira de clientes cresça, bem como o faturamento (bruto), chegando a R$50 mil por mês, já que o novo espaço possibilita ganhar mais visibilidade.

Nildi afirma que nunca enfrentou preconceito à frente do negócio por ser mulher. Pelo contrário. Foi muito bem recebida em diversos grupos que faz parte e que a ajudam muito em networking, autoconhecimento e formação.

A empreendedora salienta que os desafios de ser empresária incluem se reinventar todos os dias.  “É diferente de você ter um emprego no formato CLT, que tem as suas garantias como salário fixo, horário de trabalho determinado, férias de 30 dias uma vez por ano… Empreender não garante nada disso! Mas o que no começo podia ser visto como uma desvantagem, hoje não ter rendimento fixo me lembra que também não tenho limite!  O limite dos meus ganhos é proporcional ao meu empenho, à estratégia que eu crio. O horário de trabalho exige bastante, atendo clientes fora de horários convencionais, mas posso também me dar o luxo de me organizar e ir tomar um sorvete com a minha filha em plena segunda-feira à tarde”, diz.

Sobre as suas férias ela acrescenta: “Bom, 30 dias certamente seria bem difícil, pelo menos nesse início de loja física, mas hoje sair de férias e viajar é mais do que um prazer. É viver o que eu proporciono no meu negócio. É quase um test drive do que eu vendo. Tornar-se empreendedora exige coragem, exige acreditar e seguir em frente.  Eu sigo em frente todos os dias!”, conclui Nildi.

Ganhando espaço e mercado

O número de mulheres à frente de um negócio vem crescendo cada vez mais. Segundo pesquisa GEM, conduzida pelo Sebrae em 2017, há mais de 24 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil, enquanto os homens estão um pouco à frente (são 25 milhões).

O público feminino também representa quase metade dos pequenos negócios. Ainda segundo a pesquisa, nos últimos dois anos, o número de mulheres que se tornaram a principal fonte de casa subiu de 38% para 45%.

Somente na franquia Encontre Sua Viagem dos cerca de 400 franqueados, 60% são mulheres.