Intenção de financiamento cresce 24,9% em setembro, refletindo mais otimismo do consumidor

A situação econômica ainda exige cautela e apesar do alto índice de desemprego – fator de enorme instabilidade para o mercado de crédito – o novo aumento na Intenção de Financiamento em setembro reflete a elevação da confiança do consumidor, que está mais otimista em relação ao futuro da economia. É o que mostra o Índice de Intenção de Financiamento, um dos indicadores que compõem a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), ao apresentar alta de 24,9% em setembro, na comparação com agosto, passando dos 15,3 pontos para 19,1 pontos. No comparativo com o mesmo mês de 2015, houve um pequeno aumento de 0,1%. Atualmente, quase 10% dos consumidores paulistanos estão dispostos a tomar crédito, bem próximos dos 10,2% da média histórica.

A pesquisa é elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, porém, apresentou queda de 3,1% em setembro na comparação com agosto e atingiu 81,7 pontos. No comparativo anual o indicador mostrou retração ainda maior, de 4,9%. Entre os endividados, o índice teve retração mensal de 1,7%, enquanto, entre os não endividados, foi de -4,1%.

De acordo com a FecomercioSP, o Índice de Intenção de Financiamento tende a se manter em patamares baixos nos próximos meses, mas com ligeira elevação em relação ao final de 2015 e início deste ano, sinalizando uma percepção mais otimista da economia. De qualquer maneira, segundo a Entidade, a baixa proporção ao crédito é da cultura e das condições adversas à expansão de crédito no Brasil. A Federação ressalta que o mercado de crédito de relativo longo prazo, é muito recente no Brasil, e, neste momento, está basicamente parado, simbolizado pela paralisia do mercado imobiliário.

Aplicações
A poupança continua sendo a aplicação preferida dos paulistanos. Em setembro, 60,2% das famílias afirmaram que a poupança foi o principal destino dos seus recursos, queda de 4,1 pontos porcentuais (p.p.) na comparação com agosto. Em setembro de 2015 a proporção era de 69,3%.

Apesar de ainda ser a favorita, a poupança perdeu espaço ao longo dos últimos meses tanto para a renda fixa quanto para a previdência privada, diante de juros nominais de 14,25% e do envelhecimento da população.

A proporção de aplicadores em renda fixa passou de 17,7% em agosto para 21,3% em setembro, alta de 3,6 p.p.. No mesmo mês de 2015, a proporção era de 17,5%.

Aplicações em ações, segundo a FecomercioSP, podem ganhar espaço nos próximos meses por conta da melhoria das condições econômicas e pelo baixo valor das ações no Brasil após um longo período de queda da Bolsa. A proporção de aplicadores em ações que era de 1,9% em junho, passou para 2,6% em julho, 3,3% em agosto e 3,8% nesse mês. Em setembro de 2015, essa proporção era de 3,5%.

De acordo com a Federação, a tendência é que, no futuro, os juros básicos sejam reduzidos e é possível que os que mantiverem reserva financeira voltem a apostar na segurança da Caderneta de Poupança, mas também olhem para opções como Bolsa de Valores, por exemplo, principalmente vendo o desempenho atual das aplicações do Ibovespa.

Com a provável reforma da previdência e com o foco sobre esse assunto, a Entidade afirma ser possível que as aplicações em fundos de pensão e previdência privada ganhem novos adeptos. Essa é uma tendência que deve favorecer a poupança em longo prazo e deve ser estimulada de forma que os jovens de hoje proporcionem a aceleração do crescimento via investimentos de prazo longo, e garantam uma velhice mais próspera. Apesar da queda na comparação mensal, a proporção de aplicadores na previdência privada subiu 2,8 p.p. em relação a setembro de 2015 passando de 5,8% para 8,6%.

Sobre a PRIE
A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) – apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.

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