Índice que mede a adequação dos estoques atinge 85,6 pontos em abril, o menor patamar desde 2011

Motivado pelo crescimento da proporção de empresários com excesso de mercadorias nas prateleiras, o índice que mede a adequação dos estoques do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo (RMSP) registrou a segunda queda mensal consecutiva (-9,6% entre março e abril) e atingiu 85,6 pontos, o menor patamar desde junho de 2011, quando o indicador passou a ser apurado. Na comparação com o mesmo período de 2015 – quando o índice marcou 99,2 pontos -, o valor é 13,7% inferior.

Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.

No mês, a queda do indicador se deve à elevação da proporção de empresários que afirmaram estar com os estoques acima da adequada, que subiu de 37,2% em março para 41,6% em abril – alta de 4,4 pontos porcentuais. Desde junho de 2011, foi a primeira vez que mais de 40% dos entrevistados afirmaram estar com os estoques acima do ideal.

Em contrapartida, a parcela de empresários com estoque abaixo do adequado se manteve praticamente estável em abril, ficando em 15,4% ante os 15,3% registrados em março (queda de apenas 0,1 p.p.). Com isso, a maioria dos varejistas (57%) afirmou que seus estoques estão inadequados em abril – somando os que estão com estoques abaixo e acima do ideal. Já a proporção de empresários que afirmaram possuir estoques adequados caiu 4,5 pontos porcentuais e alcançou 42,7% em abril, contra 47,2% em março.

No comparativo com abril de 2015, a proporção de empresários com estoques acima do adequado aumentou 6,1 pontos porcentuais. Já entre os que declararam estar com estoques abaixo do adequado, a alta foi menos acentuada (0,8 ponto percentual). Consequentemente, caiu 6,6 p.p. a proporção de varejistas que declararam estar com estoques adequados.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, 2016 está cada vez mais parecido com 2015 e não é esperada uma retomada do crescimento para este ano. Os empresários estão ainda mais cientes da gravidade e da duração dessa crise, que atinge o consumo e prejudica o mercado de trabalho em razão do aumento do desemprego, cenário que pode se acentuar ao longo dos meses.

Entretanto, segundo a Federação, a postura conservadora do varejo não está conseguindo acompanhar a queda das vendas, o que explica os estoques elevados e aumenta a preocupação em relação à sustentabilidade do setor, já que, com renda, emprego e confiança em queda, somando-se a inflação, os altos juros e a redução do volume de empréstimos, a crise do setor tende a se agravar no curto prazo.

Nota metodológica
O Índice de Estoques é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com informações de cerca de 600 empresários do comércio nos municípios que compõem a região metropolitana de São Paulo. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques para “acima” – quando há a sensação de excesso de mercadorias – e para “abaixo”, em casos de os empresários avaliarem a falta de itens disponíveis para suprir a demanda a curto prazo.

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