Empresários inovam em um mercado de cifras polpudas e criam a Slice Cream

Em um mercado de polpudas cifras é preciso ser criativo para adentrar. E se parece que já há de tudo no food service, é porque a imaginação do empresário Eduardo Schlieper ainda não havia dado o ar das graças. Até agora. Esse ano, Schlieper, junto do sócio Fabio Matuck abriram a Slice Cream, a primeira rede de franquias de gelato fatiado. Ultracongelado em cápsulas a uma temperatura de -30°C, o produto passa por uma máquina especial, que o fatia em finas lâminas, que conferem uma textura diferente e um sabor que rapidamente se espalha pela boca. No cardápio, 27 sabores saltam aos olhos e, dentre elas, opções veganas, como o sorbet de frutas.

Mas não só de gelato se vive o negócio. Para driblar a sazonalidade, Schlieper desenvolveu um cardápio que agrada gregos e troianos: tem café, cappuccino, chocolate quente, milkshake, frappé, chás gelados e soda. Parece normal, se não fosse por duas características excêntricas: os chás, incluindo o nitrochá -que recebe uma injeção de nitrogênio para deixá-lo mais leve- são preparados em fatias, conferindo uma aparência exclusiva e surpreendente. Já as bebidas quentes, que podem vir acompanhadas de espuma de leite ou chantilly, ganham personalidade ao receberem a impressão de fotos pessoais, imagens ou frases. Escolhidas, inclusive, pelo próprio cliente.

A Slice Cream foi estruturada para atender uma demanda cada vez mais exigente por qualidade e agilidade, motivo pelo qual os produtos são entregues em poucos minutos após o pedido. Formatado em modelo quiosque, com metragem que pode variar entre 6 a 15m², os sócios incluíram no plano de négocio equipamentos modernos e eficientes, capazes de assar um pão de queijo, por exemplo, em apenas dois minutos. A ideia é ir ao encontro de uma tendência que tem chamado atenção das redes de alimentação: o consumo Grab and Go. A premissa desse atendimento consiste em tornar o processo de compra ágil, dinâmico e de fácil consumo, principalmente para aquele consumidor que está em deslocamento. 

E é essa a principal razão que levou Eduardo a investir em um copo exclusivo da marca. De material plástico e colecionável, o copo permite que o cliente consuma as bebidas quentes sem entrar em contato direto com o recipiente que contém o líquido, não queimando ou incomodando a mão por conta da alta temperatura. E embora as demais embalagens não sejam feitas para ser guardadas no armário, são fáceis de manusear e, em alguns casos, até comestíveis, como o canudo feito de gelatina e que pode acompanhar os chás.

Inserida num mercado que faturou R$ 205 bilhões em 2018 e tem perspectiva para chegar a casa dos R$ 527,5 bi em 2022, o plano é crescer em paralelo e encerrar 2020 com 50 unidades. Se soa ambicioso, ainda é preciso colocar nessa conta a ida da rede para os Estados Unidos, com inauguração prevista na Flórida, até 2020. Se no food service os números são bastante positivos, no franchising não ficam nada para trás. Alimentação mantém a liderança como o segmento mais próspero e fechou ano passado com cerca de 33.895 unidades que faturaram, juntas, mais de R$ 45 bilhões no ano. Neste cenário, não é de se estranhar que a rede, que imprime foto de perfil no café e serve o primeiro gelato em fatias, chegue realmente em 400 unidades até 2023.