Como a School of Rock adaptou seu modelo de negócio em duas semanas para enfrentar a quarentena

O uso da tecnologia para o ensino musical já era uma realidade para a School of Rock, maior rede de ensino musical do mundo, com sede nos Estados Unidos que tem o Brasil como segundo maior mercado global. Há poucos meses, a escola tinha lançado mundialmente seu app que gamifica o ensino musical, o School of Rock Method, e a implementação de ensino à distância estava nos planos de curto prazo da empresa.

No entanto, com a escalada da pandemia do Coronavírus em todo o mundo, a escola precisou acelerar a implementação de produtos remotos e conseguiu fazer isso em apenas duas semanas. “A segurança e saúde de nossos alunos e equipes são prioridade número um da School em todo o mundo. Por isso, uma força tarefa foi iniciada pela sede nos EUA na segunda semana de março, com uma reunião com a Zoom, plataforma de teleconferências, o que resultou em uma parceria global. Daí em diante, nós corremos aqui no Brasil para adaptar nossas escolas e ofertas ao ensino à distância. Em menos de 15 dias já tínhamos um portfólio de produtos para nos adaptarmos à quarentena de nossos alunos” conta Paulo Portela, CEO da Master Franqueadora da School of Rock no Brasil.

A oferta de produtos do School of Rock Remote é bastante completa. Todos os programas da escola, desde o Little Wing, curso para crianças a partir de 3 anos, até o Adult Program, ganharam versões on-line. As aulas, por exemplo, são ministradas por vídeo pelos professores. Já os ensaios passam a ser uma reunião virtual de elenco feita entre o instrutor e os integrantes das bandas. A School investiu também em conteúdo, como Podcasts e apostou em suas redes sociais, com iniciativas como o “Dá o toque”, com dicas sobre técnicas musicais ou o “Copy This”, desafio de professores da School para os alunos “copiarem” a performance deles em uma determinada música. Outras iniciativas que têm engajado muito os alunos são os bate-papos ao vivo com grandes nomes do Rock, como Jay Weinberg (Slipknot), Ron ‘Bumblefoot’ Thal (Asia) e Glen Sobel (Alice Cooper), além da “banda virtual”, onde os alunos ensaiam e gravam sua parte instrumental de três músicas pré escolhidas e verão o resultado em um vídeo clipe coletivo que será publicado nas redes sociais da escola.

“Além da adaptação dos produtos que já tínhamos, temos algumas novidades para atender os alunos nesse período de quarentena, como as MasterClasses com músicos profissionais como Faiska e Eloy Casagrande; e a Big Class, que são aulas virtuais em grupo com alunos de mesmo instrumento. Ficamos felizes de continuar ensinando música e em contato com a nossa comunidade num momento como esse”.

Paulo conta que a adesão dos alunos ao School or Rock Remote foi bem grande. Além dos produtos, a master franqueadora criou um pacote de apoio aos franqueados neste momento em que uma recessão econômica é inevitável. A iniciativa inclui desconto nos royalties e aquisição de materiais. A master também está assumindo todos os custos com as campanhas de geração de leads de responsabilidade dos franqueados e oferecendo um plantão de consultoria administrativa e financeira.

Expansão no Brasil

A School of Rock está em expansão no Brasil desde 2013. Com faturamento em 2019 de R﹩ 13,5 milhões e R﹩ 23,6 milhões previstos para 2020, já conta com 40 escolas no país entre abertas e em vias de abertura, com a meta de 200 escolas no prazo de dez anos. Os franqueados da escola são muito engajados e a maioria deles queriam transformar a paixão pela música em negócio. Outros são pais que viram o desempenho dos próprios filhos, comprovaram a eficiência do método e decidiram investir.

“O Brasil é o segundo maior mercado no mundo da rede School of Rock em número de escolas, ultrapassamos Canadá e México em 2018. Com 26 escolas em operação e 14 em processo de abertura, há também aproximadamente 60 investidores interessados em territórios das mais variadas regiões do Brasil, mesmo em um cenário de recessão econômica. Acreditamos que nossa meta de longo prazo não será revista, mas sabemos que as coisas vão desacelerar neste ano, o que é muito natural. O foco de todos nós é a segurança e saúde de todos”, diz Portela.

Os 3.050 alunos brasileiros da rede têm mostrado níveis extraordinários de aprendizado musical. “Vários já fazem parte do grupo de AllStars (seleção dos 200 melhores dentre os 39.000 alunos do mundo). Nas unidades brasileiras da School contamos também com um nível baixíssimo de desistência, 13% ao ano. A média do mercado de educação musical infanto-juvenil no país é de 92%.”

A School of Rock oferece também módulos internacionais e profissionalizantes em seu portfólio, proporcionando aos alunos workshops e oportunidades de se apresentarem em palcos de grandes festivais, como Lollapalooza, Summerfest e outros. Há também uma parceria com a Universidade de Berklee, cujo programa integrado prepara o aluno para uma carreira técnica dentro da música.

Sob a ótica do franqueado ou investidor, o modelo de negócio da School of Rock se mostrou resiliente aos percalços econômicos. O modelo possui um nível de rotatividade de alunos baixíssimo quando comparado com a média do mercado. O modelo da School of Rock também abraça as tecnologias dentro do seu método experiencial, sem perder seu diferencial de integração e socialização das crianças e adultos. E como propicia desafios para estudantes em qualquer fase da vida, permite que a monetização de um aluno não seja restrita a dois, três ou quatro anos como nas escolas tradicionais.