Varejo paulista fecha 175 vagas celetistas em julho, aponta a FecomercioSP

O comércio varejista no Estado de São Paulo eliminou 175 empregos com carteira assinada em julho, resultado de 67.233 admissões contra 67.408 desligamentos. Com esse desempenho, o setor encerrou o mês com 2.055.305 vínculos empregatícios ativos, leve queda de 0,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de 12 meses, o saldo voltou a ficar negativo após nove meses, com 3.126 vagas.

Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Em julho, cinco das nove atividades analisadas registraram mais desligamentos do que admissões, com destaque para as lojas de vestuário, tecidos e calçados (-1.107 vagas) e para o grupo de outras atividades (-462 empregos). Por outro lado, os segmentos de supermercados (1.341 vagas) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (223 postos de trabalho) abriram o maior número de vagas com carteira assinada no mês.

No comparativo anual, cinco atividades sofreram redução do estoque de empregos celetistas, com destaque para lojas de vestuário, tecidos e calçados (-2,5%) e para as lojas de móveis e decoração (-1,4%). Em contrapartida, os segmentos de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (2,1%) e de farmácias e perfumarias (1,9%) obtiveram as maiores altas na mesma base comparativa.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o resultado negativo do mês de julho mostra a reversão da tendência de recuperação do mercado de trabalho no comércio varejista. É evidente que esse desempenho recente é resultado dos impactos negativos provenientes da greve dos caminhoneiros, além de toda a frustração do ritmo menos acelerado da economia brasileira, no qual o desemprego continua elevado, e o consumo das famílias, represado.

Ainda de acordo com a Entidade, essa reunião de cenários, aliada ao próximo pleito eleitoral, causa aumento da incerteza e, naturalmente, da confiança dos empresários. Ainda que o segundo semestre seja melhor nas vendas, o cenário indefinido da economia brasileira para os próximos meses deve impedir uma aceleração da geração de vagas no varejo paulista.

Varejo paulistano

Ao contrário do desempenho estadual, 1.053 vínculos formais foram criados na capital em julho, resultado de 21.449 admissões contra 20.396 desligamentos. No acumulado dos últimos 12 meses, 1.302 vagas foram eliminadas. Das nove atividades analisadas, quatro exibiram saldo positivo de empregos no mês, com destaque para os setores de supermercados (927 vagas) e farmácias e perfumarias (180 empregos). O varejo de autopeças e acessórios impediu um resultado geral melhor ao fechar 111 vagas.

Em comparação a julho de 2017, as maiores retrações no estoque de empregos foram registradas nos segmentos de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-1,5%) e de materiais de construção (-1,6%). Em contrapartida, os setores de farmácias e perfumarias (3%) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (2,1%) exibiram as maiores taxas de crescimento.

Nota metodológica

A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo) analisa o desempenho do mercado de trabalho formal em 16 regiões do estado e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; supermercados e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).