Varejo paulista elimina 28.470 vagas com carteira assinada no primeiro trimestre do ano

O primeiro trimestre do ano é tradicionalmente marcado pelo fechamento de vagas formais no comércio varejista. Passada a melhor época para o setor – Natal e liquidações de janeiro –, é esperado um ajuste no quadro de funcionários, e em 2018 não foi diferente. De janeiro a março, o varejo paulista eliminou 28.470 vínculos com carteira assinada. Vale ressaltar, porém, que foi o menor número de vagas fechadas para o período desde 2014.

Em março, 4.738 empregos celetistas foram extintos, resultado de 76.591 admissões e 81.329 desligamentos. Dessa forma, o comércio varejista paulista encerrou o mês com um estoque ativo de 2.060.739 vínculos com carteira assinada – leve alta de 0,4% na comparação com o mesmo mês de 2017. No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo foi positivo em 8.225 vagas.

Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Em março, entre as nove atividades pesquisadas, cinco apresentaram redução na quantidade de trabalhadores no comparativo anual, com destaque para as lojas de móveis e decoração (-1,6%) e para as lojas de vestuário, tecidos e calçados (-1,3%). Por outro lado, os melhores desempenhos ficaram por conta dos segmentos de farmácias e perfumarias (2,9%) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (3%).

Segundo a FecomercioSP, o desempenho negativo do mercado de trabalho formal varejista em março, assim como no primeiro trimestre de 2018, já era esperado. Esse resultado é reflexo da dispensa dos trabalhadores contratados temporariamente para o fim do ano, conforme se nota pelos fechamentos de postos de trabalho nos setores de lojas de vestuário, tecidos e calçados e de supermercados, que são aqueles responsáveis pelo maior número de contratações no período de festas.

Ainda de acordo com a Entidade, a perspectiva dos próximos meses é de estabilização e de recuperação gradual de postos de trabalho, principalmente no segundo semestre e nos meses com datas especiais comemorativas.

Varejo paulistano

Na capital, houve o fechamento de 240 vagas formais em março, resultado de 24.405 admissões contra 24.645 desligamentos. No acumulado de 12 meses, foram gerados 2.174 postos de trabalho. O comércio varejista paulistano encerrou o mês com uma quantidade total de 644.816 trabalhadores, crescimento de 0,3% em relação a março do ano passado.

Entre as nove atividades pesquisadas, apenas três apresentaram alta nas vagas de emprego no comparativo anual, com destaque para os segmentos de farmácias e perfumarias (4,4%) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (3%). As maiores quedas foram observadas nos segmentos de concessionárias de veículos e de lojas de móveis e decoração, ambos com recuo de 1,7%.

Em março, os setores de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos e de farmácias e perfumarias geraram 487 e 256 empregos formais, respectivamente, enquanto que as lojas de vestuário, tecidos e calçados fecharam 459 postos de trabalho, seguida pelo grupo de outras atividades, que encerrou 223 vagas celetistas.

Nota metodológica

A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo) analisa o desempenho do mercado de trabalho formal em 16 regiões do estado e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; supermercados e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).