Parcela de consumidores endividados que possuem reserva financeira cai 17,1% em outubro

O número de paulistanos que pretendem comprar algum produto financiado ou parcelado apontou estabilidade em outubro. É o que aponta o Índice de Intenção de Financiamento, um dos componentes da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Segundo a Entidade, o indicador se manteve em 43,8 pontos no mês atual, mesmo número de setembro. Isso significa que 21,2% dos paulistanos declararam ter a intenção de comprar um produto com pagamento parcelado ou financiado nos próximos três meses.

A PRIE também apontou que 29% dos paulistanos endividados declararam ter reserva financeira em outubro, ou seja, diante de um imprevisto no orçamento familiar, esses consumidores teriam condições de pagar, pelo menos, parte das dívidas. Entretanto, o índice de segurança de crédito dos endividados sofreu forte queda nesse mês, com decréscimo de 17,1%, passando de 70,1 pontos em setembro – o maior patamar desde abril de 2015 – para 58,2 pontos em outubro.

O índice geral teve queda de 2,5%, de 79,2 pontos no último mês para 77,2 pontos em outubro. Em contrapartida, a segurança de crédito dos não endividados subiu 10,3%.

De acordo com a FecomercioSP, a intenção de financiamento está diretamente ligada à expectativa profissional e essa variável pode melhorar com a eleição de um novo governo que coloque de forma clara quais são as suas propostas e suas diretrizes sobre a política econômica. Diante de um ambiente favorável e com previsibilidade, mantendo o equilíbrio macroeconômico, há propensão de o consumidor voltar a gastar e de o empresário, a investir.

Ainda segundo a Entidade, o candidato que conseguir transmitir a ideia de um Estado que promova ajustes fiscais, reduza seu grau de interferência e estimule o ambiente de negócios sempre terá a preferência de analistas e operadores.

Aplicações

A poupança segue como a modalidade de aplicação preferida dos paulistanos. Em outubro, 57,7% escolheram essa opção de investimento, recuos de 1,5 ponto porcentual (p.p.) em relação ao mês anterior e de 3,1 na comparação com o mesmo período do ano passado.

A preferência pela renda fixa voltou a subir após dois recuos consecutivos. A alta foi de 1,1 ponto porcentual, ao passar de 22,2% em setembro para 23,3% em outubro. A renda variável recuou 0,4 ponto porcentual, caindo para 3,9% em outubro, ante os 4,3% que haviam sido registrados em setembro.

Sobre a PRIE

A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, gerando um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.