Pais empreendedores contam como pretendem fazer a sucessão de suas empresas a seus filhos

Ser dono do próprio negócio ainda é o sonho de muitos brasileiros, para quem já tornou isso uma realidade, o esforço é para mantê-lo por toda a vida, mas em alguns casos, o empreendedor, por diversos motivos, precisa se ausentar definitivamente.

A sucessão é algo que faz parte de toda empresa de qualquer porte ou segmento. Segundo o último estudo feito pela PwC – uma das maiores prestadoras de serviços profissionais nas áreas de auditoria e consultoria, mais de 80% das empresas brasileiras são administradas por famílias.

Como no caso da Dídio Pizza, no mercado há 25 anos, a rede criada por Elidio Biazini, já conta com a participação dos filhos há anos. “A entrada dos meus filhos na rede não foi intencional. No início eu até era reticente, queria que eles seguissem outros caminhos, mas ambos insistiram e sempre focaram em trabalhar na empresa da família e aqui estão trazendo modernidade e contribuindo excepcionalmente com o desenvolvimento do negócio. E tem que ser assim. Penso que um filho que venha trabalhar tem que fazer por merecer, tem que mostrar serviço assim como qualquer outro funcionário”, comenta o empresário.

Camila Biazini 34 anos, formada em nutrição, possui uma especialização na renomada escola Le Cordon Bleu e também fez MBA em gestão empresarial. Na Dídio Pizza, é responsável pela área Administrativa Financeira, também atua área SupplyChain.

Já Fernando Biazini 30 anos, é o responsável pela área de tecnologia da rede. Formado em marketing, fez pós em tecnologia da informação para atuar na empresa e é responsável pela implantação atendimento centralizado, aplicativo próprio da rede, novo portal do franqueado, treinamento on-line e tendências do mercado, como Blockchain, chatbots e automação de processos. Recentemente, em conjunto implantaram o Centro de Preparação e Distribuição Didio Pizza, responsável pela diminuição de 20% de desperdício na rede.

“Diferente de um executivo de mercado, eles, meus filhos, têm uma paixão diferente pela empresa, pois viram este negócio nascer e cresceram juntos com a Dídio Pizza. Meus filhos escolheram trabalhar aqui e são eles que me apoiam quando os momentos difíceis chegam. Acredito que essa seja a maior vantagem de tê-los na empresa”, completa Biazini.

Seguindo o exemplo da Dídio Pizza, Marco Giroto, fundador da SuperGeeks, acredita que o processo de sucessão em seu negócio será bem simples, pois “a ideia é que minha filha venha trabalhar conosco assim que tiver idade e queremos que ela inicie debaixo, em todas as áreas, para conhecer tudo, inclusive tendo uma unidade dela para ela administrar e saber como é a vida do franqueado”.

Já no Instituto Gourmet, Glaucio Athaide acredita que mesmo com os filhos novos, seria ótimo que eles assumissem o comando da rede, porém, tudo vai depender do mérito deles. “Se eles quiserem entrar no negócio, terá de ser por competência”.

Biazini afirma que idealizou um modelo de negócio que pudesse sobreviver sem ele. “Um negócio formatado e que pudesse andar sem mim um dia. Se meus filhos tiverem condições de gerir o negócio será muito bom, mas sabem que eles tem de fazer por merecer e estar preparados.”, finaliza.