Inovação sobre rodas em franquia de lanches

Bus + Hambúrguer = Busger, a hamburgueria que vai além do food truck. Saiba mais

A ideia criativa surgiu de uma dupla inusitada: um produtor musical e economista e um contador que se uniram no projeto do Busger em 2015. Um ônibus antigo foi inteiramente reformado para se tornar lanchonete e rodar pelas ruas de São Paulo.

Rodrigo Arjonas e Luciano Oberle, os sócios- proprietários, já cozinhavam por hobby, mas buscavam encontrar a maionese e o hambúrguer perfeitos. Por isso, fizeram mais de 100 testes até encontrarem a fórmula ideal.

Para saber mais sobre tais testes e sobre como o projeto virou franquia, conversamos com Rodrigo Arjonas, sócio-diretor do BUSGER, essa hamburgueria singular com operação a bordo de ônibus antigos.

Mapa das Franquias: Como surgiu a ideia de ir um pouco além do food truck e criar um ônibus para servir hambúrgueres? Como ela foi testada?

Rodrigo Arjonas: Sou formado em economia e também sou músico. Há alguns anos pensava em empreender e buscava um ramo que trouxesse, além de retorno financeiro, uma satisfação pessoal.

Meu sócio, que é contador, também vinha com o mesmo pensamento. Avaliamos uma série de possibilidades e o setor de alimentação estava entre eles.

Até que um dia, nessas pesquisas que estávamos fazendo, nos ofereceram um ônibus antigo. Sem saber direito o que fazer com aquilo, resolvi comprar o veículo. Imaginei que dali viria alguma ideia. E realmente veio. Foi com a compra do “busão” que nasceu a ideia de uma hamburgueria com conceito entre os food trucks e as lojas tradicionais, com cardápio composto apenas por produtos de qualidade, conforto para usufruir de uma experiência diferente e um ambiente que fosse ao mesmo tempo moderno e acolhedor.

Projeto criado, fizemos uma bela reforma no ônibus para deixar com a cara do conceito que gostaríamos, desenvolvemos as receitas dos lanches, acompanhamentos, sobremesas e tudo o mais com o apoio de nutricionistas, desenhamos ideias de parcerias com empresas de bebidas e partimos para o teste do negócio em eventos no interior de São Paulo.

De cara, a aceitação foi incrível, o que nos ajudou a firmar essas parcerias já planejadas. Depois de mais alguns eventos, resolvemos implantar uma unidade em São Paulo. Nosso primeiro endereço foi no coração do bairro do Ipiranga. Aí o negócio ganhou corpo.

Depois, apostamos em um ônibus londrino, original, e levamos nosso negócio para São Bernardo do Campo. Novamente, sucesso! Daí para começar a haver busca pelo modelo de negócio foi super rápido.

Mapa das Franquias: Como o franqueado faz para encontrar um ônibus? Qual o custo da conversão? Isso não encarece muito a franquia?

Rodrigo Arjonas: Nós auxiliamos os franqueados na busca pelos ônibus antigos. A transformação do interior dos ônibus em cozinhas está previsto no investimento inicial do negócio, que tem valores similares e até abaixo de muitas franquias do setor de alimentação no mercado atual.

Aspectos positivos e negativos

Mapa das Franquias: Quais as vantagens e desvantagens de operar num ônibus? Como o público tem acolhido a novidade?

Rodrigo Arjonas: Vejo como vantagens da nossa operação em geral: o caráter inusitado e a curiosidade que o ônibus desperta nas pessoas, a possibilidade de ter uma operação enxuta o que leva a menos despesas, a qualidade e mix de produtos vs preços – que resultam em relação custo/benefício interessante, o estilo de operação em que o cliente faz o pedido e o retira no próprio ônibus, o que não gera a cobrança de taxa de serviço, etc.

Ressaltamos sempre que é de extrema importância fazer um controle de estoque inteligente, uma vez que o espaço é menor, se comparado com cozinhas tradicionais. Além disso, a facilidade em “mudar de endereço”, caso seja necessário, levando toda a estrutura sem dificuldade alguma.

Como desvantagem talvez possamos falar em frequência um pouco menor de público em período de chuvas muito intensas, mas mesmo assim as vendas nunca deixaram de ser satisfatórias.

A aceitação do público é sempre muito bacana. As pessoas ficam curiosas. Os ônibus chamam a atenção e viram uma espécie de referência – quase um ponto turístico – na região onde a unidade está instalada. Depois que as pessoas chegam, provam os itens do cardápio e passam pela experiência, acabam retornando mais vezes. Brinco que todos vêm a primeira vez pelo “busão” e retornam depois pela comida e experiência.

Mapa das Franquias: Qual a variedade de burguers e bebidas servidas atualmente? Cabe tudo no ônibus?

Rodrigo Arjonas: Temos, atualmente, no nosso cardápio 12 opções de burgers. Além das opções feitas com carne bovina do tipo Angus Black, temos uma opção feita com frango, uma com calabresa e uma para quem não come carne, feita com burger de Falafel.

Entre as bebidas, são mais de 10 tipos da cerveja Baden Baden, 4 opções de cerveja Eisenbahn e outras três de Chopps Baden Baden e Devassa. Também temos sucos naturais e os refrigerantes. Como acompanhamentos e petiscos, temos as fritas, chicken wing, mussalera sticks e dadinhos de tapioca com geléia de pimenta. E, para finalizar, as sobremesas: o recém-lançado Ice Burger, paletas recheadas e pudins artesanais. Tudo isso fica dentro do ônibus, daí a importância de uma boa organização e controle de estoque.

Mapa das Franquias: Que tipo de treinamento e suporte é dado aos franqueados que embarcam nesse “busão”?

Rodrigo Arjonas: Auxiliamos na procura e compra do um ônibus, equipamentos e insumos, no projeto de adequação e reforma da unidade, nos treinamentos e reciclagens para o franqueado e sua equipe, planejamento de ações de comunicação e marketing, desenvolvimento contínuo de novos produtos e parcerias e, claro, visitas periódicas de consultores para acompanhamento da franquia.

Mapa das Franquias: Qual o tamanho da rede atual e o quanto ela pretende crescer em 2018?

Rodrigo Arjonas: Hoje o BUSGER soma 5 unidades em operação e 2 em fase de adaptação para início das operações, que acontecem antes do final do ano.

Em 2018 devemos ter a implementação de uma parceria do Busger com uma grande marca, o que deve triplicar nosso processo de expansão. Também devemos ter novos modelos de negócios, com investimento um pouco menor. Estamos muito otimistas, mas com os pés no chão. Somente a nossa operação deve finalizar 2018 com 10 franquias, fora as unidades próprias. Concluindo a parceria mencionada, podemos chegar a 20 franquias tranquilamente.


Foto: Ander de Sá