Inflação dispara em setembro e eleva o custo de vida em São Paulo, aponta FecomercioSP

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS) revelou que os preços de produtos e serviços na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) aceleraram no mês de setembro, passando de uma variação de 0,28% em agosto para 0,90% no mês passado. Os preços do grupo Transportes variaram 1,78% em média e exerceram a maior contribuição para a alta no mês, sendo responsável por 48% da variação observada. Somente entre os serviços de transportes, os preços apresentaram variação de 4,26%, puxados pelo aumento da passagem aérea (30,48%). A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A segunda maior variação mensal foi detectada no segmento de Habitação, com alta de 1,38%. Nos últimos 12 meses o aumento foi de 20,53% – a maior entre todos os grupos avaliados. Já Alimentação e bebidas, o grupo com maior peso no orçamento familiar (23%), sofreu acréscimo de 0,78% em setembro. Em 12 meses, a variação foi de 10,34%.

Juntos, estes três grupos somam 60% do total do CVCS, o que mostra o quanto as famílias da RMSP têm sido castigadas pelo aumento dos preços de itens básicos.
Dos nove segmentos contemplados pelo indicador apenas o de Artigos para o Lar obteve variação negativa em setembro (-0,26%). O item Comunicação se manteve estável no mês (0%), e apresenta queda de 0,43% no ano.

As outras atividades também impactaram na alta do indicador entre janeiro e setembro de 2015: Vestuário (1,88%); Saúde (7,14%); Despesas Pessoais (9,84%); e Educação (9,71%).

As classes de menor renda – D e E – foram as que mais sentiram a alta dos preços em setembro, com aumento de 1,26% e 1,18% do custo de vida, respectivamente. Já na classe C, a variação foi de 0,91%. O impacto foi menor para as classes A (0,64%) e B (0,75%).

De acordo com a assessoria econômica da Entidade, os serviços são, ainda, os principais responsáveis pela alta dos preços, com elevação de 1,28% ante o acréscimo de 0,33% observado em agosto. Os produtos, por sua vez, encerraram o mês com aumento de 0,55%. No período anterior, a variação foi de 0,23%. Para os assessores econômicos há uma disseminação de alta persistente, característica de um processo inflacionário, tanto nos produtos como nos serviços.

Ainda que as classes mais baixas possuam uma tendência maior em direcionar seus gastos com produtos, dado seu caráter de essencialidade, e as camadas mais altas gastem mais com serviços, o resultado geral da CVCS mostra que a baixa renda é a que mais sente o impacto da alta dos preços. O maior agravante se encontra no fato de que as elevações mais expressivas estão concentradas em bens essenciais e que, por este motivo, não podem ser excluídas do orçamento.

Com isso, é cada vez menor o poder de compra das famílias, o que resulta no arrefecimento da atividade econômica.

IPV
No acumulado entre os meses de janeiro e setembro de 2015, o Índice de Preços do Varejo (IPV) já atingiu alta de 5,83%. Em 12 meses, a elevação foi de 7,21%. Já é o décimo terceiro mês consecutivo que o indicador apresenta variação positiva. O último período em que o IPV registrou queda foi em agosto de 2014, quando caiu 0,28%.

A maior contribuição altista do IPV veio do grupo Habitação, que apresentou variação de 2,37% em setembro, puxada pelo reajuste nos preços do gás de botijão (12,26%), seguido de detergentes (2,47%). O grupo acumula alta de 9,38% no ano e de 10,19% nos últimos 12 meses.

Alimentos e bebidas foi o segundo grupo que mais impactou no resultado do indicador, com variação de 0,54%. Em 12 meses, registrou a maior alta acumulada (10,24%). Os destaques de aumento foram os subgrupos de Aves e Ovos (5,43%), Carnes (1,37%), Sal e condimentos (1,33%), Açúcares e derivados (1,32%) e Pescados (1,08%).

IPS
O aumento nos preços de serviços foi o que mais pesou no bolso das famílias da RMSP. Há 16 meses que o Índice de Preços de Serviços apresenta crescimento. O último resultado de queda foi em 2014, ao registrar -0,55%. O indicador acumula alta de 10,96% no ano e de 12,92% nos últimos 12 meses.

Todos os nove grupos que integram o IPS tiveram alta, com destaque para o segmento de Transporte, cuja variação mensal foi de 4,26%, alavancado pelo preço das passagens aéreas: 30,48%.

O aumento nos preços das passagens aéreas influenciou a alta mensal do subgrupo transporte público, com incremento de 7,29%.

O subitem água e esgoto encerrou o mês de setembro com variação positiva de 3,23% e, no acumulado de 12 meses, 18,92%. Energia elétrica residencial registrou elevação de 1,81% em setembro e de 71,01% em 12 meses.

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