Índice Confiança do Consumidor cresce pelo 5º mês consecutivo e atinge maior patamar desde 2014

Em fevereiro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do município de São Paulo atingiu 120,6 pontos, alta de 3,1% em relação aos 117 pontos vistos em janeiro. Esse foi o quinto avanço consecutivo e a maior pontuação desde março de 2014, quando o indicador marcava 125,8 pontos. No comparativo com o mesmo mês do ano passado, quando o índice registrou 113,8 pontos, a elevação foi de 6%.

 O ICC é elaborado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).

 Ao analisar os dois componentes do indicador, observa-se que o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) cresceu 10,1%, ao passar de 90 pontos em janeiro para 99,1 pontos em fevereiro, o maior patamar desde março de 2015, aproximando-se da fronteira dos 100 pontos. Em relação a fevereiro do ano passado, a alta foi de 32,9%. A FecomercioSP ressalta que, desde novembro, o ICEA ganhou mais de 26 pontos.

 Já o Índice das Expectativas do Consumidor (IEC) registrou estabilidade em fevereiro, permanecendo em 134,9 pontos. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 3,6%.

 Segundo a assessoria econômica da Entidade, as condições atuais da economia sustentam a alta do ICC, enquanto as expectativas registram relativa estabilidade. Ainda de acordo com a FecomercioSP, há um conjunto de fatores que influencia positivamente a percepção dos consumidores, como queda nos juros; inflação encerrando o ano abaixo do piso da meta; recuperação da produção industrial e das vendas do varejo; sinais de retomada da geração de vagas no mercado de trabalho; entre outras. Nesses últimos meses, deve-se considerar também os efeitos positivos do décimo terceiro salário e do reajuste do salário mínimo.

 Gênero e renda

No resultado apurado pelo ICEA, as duas maiores altas foram do grupo feminino, que cresceu 16,9%, ao passar de 83,9 pontos em janeiro para 98,1 pontos em fevereiro; e do grupo de consumidores com 35 anos ou mais, com elevação de 20,6%, passando de 76 para 91,6 pontos no mesmo período.

 No IEC, destaca-se a assimetria entre as classes de renda e por idade. A percepção do grupo de consumidores com renda familiar inferior a dez salários mínimos (SM) registrou melhora de 2,2% em relação a janeiro, atingindo 128,6 pontos. Por outro lado, as expectativas do grupo com renda superior a dez salários mínimos exibiram queda de 3,9%, ao passar de 154,2 pontos em janeiro para 148,2 pontos em fevereiro.

 No recorte por idade, a avaliação do grupo de consumidores com idade inferior a 35 anos registrou baixa de 2,4%, ao passar de 137,6 pontos em janeiro para 134,2 pontos em fevereiro, enquanto aqueles acima de 35 anos mostraram alta de 4,1%, passando de 130,7 pontos em janeiro para 136 pontos em fevereiro.  

 Para a assessoria econômica da FecomercioSP, a recuperação do emprego e da renda tem sido fundamental para a restauração da confiança e deve acelerar de forma mais consistente o poder de compra dos consumidores, assim como o ciclo de consumo nos próximos meses.

 Metodologia

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados junto a cerca de 2.100 consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.

 Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

 A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 1990, a equipe econômica da FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central.