Faturamento do varejo paulista atinge R$ 54,2 bilhões em fevereiro, aponta FecomercioSP

As vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo atingiram R$ 54,2 bilhões em fevereiro, alta de 7,2% em relação ao mesmo período do ano passado, R$ 3,7 bilhões a mais. Trata-se da maior cifra para o segundo mês do ano desde o começo da série histórica, em 2008. Nos últimos 12 meses, a elevação foi de 5,2%, e no acumulado de 2019, o aumento foi de 5,9%.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Todas as nove atividades pesquisadas obtiveram alta em seu faturamento real no comparativo anual, com destaque para os setores de concessionárias de veículos (14,1%) e supermercados (4,9%). Juntos, contribuíram para o resultado geral com 3,2 pontos porcentuais (p.p.).

Em relação ao resultado positivo visto em fevereiro, a assessoria econômica da FecomercioSP ressalta que, neste ano, o mês foi atípico porque o Carnaval ocorreu no início de março. Com isso, o comércio teve mais dias úteis para efetivar as transações. Em compensação, as vendas de março podem ter sofrido baixas na comparação anual, em razão do feriado no início do mês.

A Federação ressalta que os próximos meses podem indicar quedas no faturamento mensal, já apresentados nos últimos dados nacionais da indústria, comércio e serviços, o que deve influenciar o aumento do desemprego e a inflação, que já não está mais controlada, reflexo da instabilidade política ocasionada pela demora da tramitação da Reforma da Previdência.

Cautela empresarial

As elevações dos indicadores previstas para 2019 já foram revistas, e o fechamento do ano tende a ser semelhante ao de 2018, com saldo positivo, mas sem as altas esperadas. Por isso, a FecomercioSP recomenda que os empresários também refaçam suas projeções e, principalmente, que se atentem ao câmbio, influenciador dos preços de várias mercadorias, que oscila tanto pelos aspectos nacionais quanto por questões econômicas externas.

A Entidade acredita que, no atual momento, é importante que o empresário do comércio minimize o aumento final dos preços dos produtos aos clientes, negociando quantidade e valores com os fornecedores, ainda que a margem de lucro seja reduzida, garantindo, assim, a manutenção das vendas, proporcionando o giro do estoque e mantendo o fluxo de caixa adequado.

Outra estratégia importante, na análise da Federação, é ampliar a forma de pagamento para boletos e carnês e aproveitar as promoções de taxas e prazos que as máquinas de cartões disponibilizam aos empresários. Assim, oferecem o valor do desconto à vista para o pagamento com o cartão de crédito.

Capital paulista

Em fevereiro, as vendas do varejo na capital paulista registraram alta de 7,3% em relação ao mesmo mês de 2018, atingindo R$16,7 bilhões, a maior cifra para um mês de fevereiro desde 2008, início da série histórica. No acumulado do ano, o aumento foi de 5,6%, o que representa um incremento de R$ 1,8 bilhão em comparação ao apurado entre janeiro e fevereiro do ano passado. Nos últimos 12 meses, a elevação foi de 4%.

Das nove atividades pesquisadas, oito apontaram expansão no faturamento real no comparativo anual, com destaque para os setores de concessionárias de veículos (14,4%) e supermercados (5,7%). Juntos, contribuíram para o resultado geral com 4 pontos porcentuais (p.p.).

O único segmento a registrar leve queda no desempenho foi o de farmácias e perfumarias (-0,8%). No entanto, não exerceu impacto negativo significativo nas vendas.

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.