Crise gera otimismo entre franquias de crédito

Com a economia em desaquecimento, queda no consumo e elevação dos níveis de desemprego, pode parecer estranho que algum setor consiga estar animado com um cenário tão pessimista. 

Este mês, a economia brasileira teve ainda a péssima notícia de mais uma alta nas taxas de desemprego no país. De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego divulgada no último dia 26 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego chegou a 7,6% em janeiro, a maior taxa para o mês desde 2009.

No entanto, entre as franquias, as redes de correspondência bancária, que oferecem produtos bancários como empréstimos consignados e consórcios, estão animadas com os recentes números da economia, já que a queda no poder de compra do brasileiro tem representado, por outro lado, um aumento na demanda de crédito por pessoas físicas.

“O mercado está bom tanto para quem capta dinheiro quanto pra quem investe em consórcio. A gente não sentiu uma mudança brusca em relação à queda de crédito ou investimento em consórcio. Eu, particularmente, nos dois primeiros meses de 2016 em relação a 2015, senti um aumento na demanda tanto de crédito quanto de investimento” conta o franqueado da rede Isocred.

De acordo com ele, o cenário da crise tem fomentado a busca por mais crédito enquanto o investidor tem fugido das altas taxas de juros dos financiamentos, buscando alternativas como o consórcio.

Dados do Banco Central dão conta de um aumento de 0,2% na tomada de crédito por pessoas físicas em janeiro em comparação com uma retração de 1,3% entre pessoas jurídicas. No trimestre, essa alta é de 1,6% em comparação ao trimestre anterior. Para se ter uma ideia dessa movimentação, em outubro de 2014 a tomada de crédito consignado, principal produto oferecido por correspondentes bancários como a Isocred, bateu recorde com crescimento de 74%.

“Pra nossa operação o cenário é muito interessante. Existe uma escassez de oferta de crédito dos bancos, com maior cautela e análise e para nós isso é muito bom porque o nosso principal produto hoje que é o crédito consignado, que não faz análise do cliente, ele apenas necessita que o cliente tenha margem disponível pra tomada desse crédito”, destaca o Gerente de Expansão da rede de franquias Vazoli, Kleber Augusto Marreto.

Segundo ele, a rede tinha a expectativa de crescimento de 20% em 2015, mas acabou conseguindo uma expansão de 22% no número de unidades e de 15% na venda de produtos bancários, sobretudo o crédito consignado. “Superamos nossas expectativas e para 2016 temos as mesmas expectativas de 2015, mas estamos trabalhando para mais uma vez superar”, comemora o diretor da Vazoli.

Os números são ainda mais altos em outras redes, como a Empresta, marca mineira com 20 anos de mercado e que anuncia um aumento de 40% na produção, ou seja, na venda de serviços bancários, na comparação de 2015 em relação a 2014. 

Para o Gerente Regional da marca, Douglas Andrade, alguns fatores levaram à prosperidade do setor, entre eles uma maior regulação do Banco Central, que eliminou parte da concorrência, e o momento econômico do país.

“Nossa economia é baseada no consumo, e o próprio governo estimula a população a adquirir crédito para continuar consumindo”, avalia Andrade.

O segmento tem ainda a vantagem de não gerar inadimplência para o franqueado ou para a franqueadora, já que a marca funciona como uma revendedora de produtos oferecidos por instituições bancárias regulamentadas, agindo apenas na prospecção de clientes para esses bancos: servidores públicos, pensionistas e aposentados, que buscam taxas de juros mais atrativas via crédito consignado.

“Às vezes o banco não consegue atender todo mundo e está preocupado com o filé de mercado, deixando esse público menor sem atendimento necessário. E é onde a gente atua”, conclui o franqueado da Isocred.

Cauteloso, o Gerente de Expansão da Vazoli reconhece que o ano de 2015 foi “desafiador” apesar do crescimento acima do esperado e ressalta o papel do franqueador nos resultados obtidos pelas franquias.

“Foi um ano desafiador sem dúvida nenhuma, mas as nossas unidades conseguiram, com muito êxito, até pelo suporte que oferecemos, incrementar novos negócios e aumentar a produção”, ressalta Marreto.

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