Confiança do consumidor cresce 4,1% em novembro e alcança maior patamar desde fevereiro de 2015

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) se recuperou da leve queda sofrida em outubro e registrou avanço de 4,1% ao passar de 106 pontos em outubro para 110,3 pontos em novembro. Essa foi a maior pontuação registrada desde fevereiro de 2015. Em relação a novembro do ano anterior o ICC apresentou crescimento de 28,9%.

O ICC é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Composto pelo Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e pelo Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), o indicador varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa pessimismo e acima de 100, otimismo.

O maior responsável pelo bom desempenho registrado em novembro foi o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), que passou de 137,2 pontos em outubro para 143,8 pontos no presente mês, alta de 4,8%. No comparativo com novembro de 2015, o IEC registrou alta de 35,1%. Essa é a maior pontuação para o indicador desde maio de 2013. Houve simetria na percepção dos consumidores com renda acima e abaixo de dez salários mínimos. O primeiro grupo registrou alta de 5,5% ao passar de 154,5 para 162,9 pontos, já a segunda faixa de renda apresentou crescimento de 4,3%, subindo de 129,1 para 134,7 pontos. No comparativo anual, os dois grupos exibiram alta de 51,3% e 27,4%, respectivamente.

O Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), outro componente do ICC, também apresentou alta no mês de 1,7%, ao passar de 59,1 pontos em outubro para 60,1 pontos em novembro. Em relação a novembro do ano passado, o subíndice registrou elevação de 10,7% – segunda alta consecutiva nessa base de comparação, fato que não acontecia desde janeiro de 2013 (46 meses).

Diferentemente, do que foi visto no IEC, houve assimetria entre as faixas de renda. Enquanto os consumidores com rendimento inferior a dez salários mínimos se mostraram um pouco mais confiantes, passando dos 53,8 em outubro para 60,3 pontos em novembro (alta de 12,3%), os consumidores com renda superior a este patamar demonstraram estar menos confiantes, assinalando queda de 15,5% no mês, passando de 70,5 em outubro para 59,6 pontos em novembro. Em relação ao mesmo período do ano passado os dois grupos registraram aumento de 14,4% e 3,5%, respectivamente.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, mesmo que ainda não haja uma melhora consistente nos itens renda e emprego, que são determinantes para o pleno consumo, a recente trajetória positiva do ICC sugere uma avaliação de que existe uma recuperação, mesmo que sutil, da confiança do consumidor baseada, principalmente, nas expectativas. Como já afirmou a Federação em relatórios anteriores, a velocidade dessa recuperação vem sendo retomada de forma gradual, a partir da capacidade de reação mais efetiva do lado real da economia.

Metodologia
O ICC é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.

Os resultados são segmentados por nível de renda, gênero e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 1990, a equipe econômica da FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central dos Estados Unidos.

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