Casa do Construtor fala sobre estratégia para driblar a crise no setor

Um dos segmentos mais atingidos pela crise econômica brasileira em 2015 e sem indícios de recuperação em 2016, o segmento de construção civil amarga um dos seus piores momentos desde o plano real.

Com o amargo desempenho de -7,6% no PIB de 2015 segundo dados do IBGE, a construção civil leva consigo uma série de setores da economia, entre ele o varejo de materiais de construção, por exemplo. Ainda de acordo com o IBGE, a variação no volume de vendas nesse segmento do varejo em janeiro deste ano foi de -18,5% na comparação com o janeiro de 2015, o que segundo o Instituto “corresponde a maior queda da sua série histórica, acumulando taxa de -9,7% no acumulado dos últimos 12 meses”

Os números refletem ainda o pessimismo do setor. Segundo sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador de expectativa de nível de atividade dos empresários da construção caiu 1,6 ponto em janeiro deste ano em comparação com dezembro do ano passado, atingindo 37,7 pontos – o menor valor da série histórica. O índice varia de zero a cem pontos e, quanto mais baixo, menor é a propensão dos empresários para investir nos próximos seis meses.

Segundo a CNI, “as perspectivas negativas são justificadas pelo fraco desempenho do setor nos últimos anos” e “a combinação de baixo desempenho da indústria da construção e pessimismo em relação aos próximos meses deixam os empresários do segmento menos propensos a investir”.

No setor de franquias não tem sido diferente. Segundo números da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento de Casa e Construção foi o único a ter queda no índice de crescimento em 2015, com redução de 2,3%. Os números não levam em conta a inflação, que pode acentuar ainda mais essa queda.

Mesmo diante de todo esse cenário, a rede de franquias Casa do Construtor, aponta crescimento no faturamento de 5% em 2015, ano em que as vendas no varejo de material de construção recuaram 8,4% segundo o IBGE.

O segredo, segundo o promotor de vendas da rede, Renato Almeida, está em dois fatores: o fato de a rede operar com o aluguel de equipamentos, e não vendas; e ao fato de estar focada no pequeno construtor, de pequenos reparos ou de pequenas construções realizadas por conta própria.

“O foco da casa do construtor  é o varejo da construção civil, e esse varejo, essa pequena construção, as casas, as reformas, elas nunca param, é contínuo”, avalia Almeida.

Em conversa com o Mapa das Franquias durante a Feira do Empreendedor em São Paulo, ele conta qual as perspectiva da rede para o ano de 2016, quando a marca espera um crescimento de 10% em sua receita e abrir mais 64 unidades. Leia:

Qual a expectativa para este ano dado que as pessoas estão um pouco mais reticentes pra investir?

Mesmo com o atual momento politico e econômico que vemos no país, nosso setor em específico, que é o varejo da construção civil, continua em operação, dado que o nosso foco específico trata realmente do varejo da construção civil, no pequeno empreiteiro, no pequeno  construtor, no pedreiro. A casa do construtor tem por objetivo empreender com o pequeno empreendedor dessa área.

Por isso estamos apresentando um novo projeto que é o +Rental, que é uma store in store, trabalhando dentro de uma loja de material de construção. Isso ajuda o dono da loja a agregar faturamento e possivelmente aumentar seu leque de produtos para oferecer ao cliente final.

Como está o segmento de vocês nesse ano, com as quedas na construção civil? Vocês revisaram algum plano de investimento?

Sim, a Casa do Construtor nasceu em 1993, num ano muito complicado também para a economia. E com base em toda a experiência da franqueadora, a gente já se antecipou a tudo que vinha ocorrendo e tudo que se demonstrava ao longo dos últimos anos em relação à economia brasileira. O setor de construção civil teve, sim, um impacto muito grande com todo esse problema na economia, mas se o cliente não compra uma nova casa, ele reforma a que ele tem hoje. Isso é contínuo. A gente costuma dizer que o imóvel é praticamente um ser vivo, precisa de manutenção direto, sempre tem uma porta quebrando, sempre tem a necessidade de pintar a casa, trocar o piso, aumentar um quarto. Então ele nunca para. Essa parte do mercado de construção civil, ela é contínua e dados históricos mostram que em momentos de crise o governo sempre despeja mais investimentos no setor de construção civil. Por isso a gente espera que ainda vai melhorar um pouco esse ano, não ao mesmo patamar que estávamos em 2012 e 2013, mas ainda assim, a economia tende a se estabilizar um pouco mais. Essa é a nossa esperança.

Esse ano vocês trabalham com quais números de expectativa de expansão e crescimento?

Estamos com a expectativa de alcançar 300 unidades, hoje são 236. As perspectivas são as melhores possíveis dado que ano passado numa economia em retração crescemos 5% em volume de faturamento, a rede passou de 183 milhões de reais em faturamento e esse ano temos a perspectiva de alcançar 20 milhões. Isso é de fato tangível dado que temos todos os números mostrando que temos tudo isso para acontecer.

O investimento inicial de vocês é alto. Como está a procura por novas unidades num cenário de crise?

Com base no padrão das demais franquias ele é alto, em torno de 550 mil reais, mas ainda assim nós temos visto proprietários de construtora querendo diversificar sua atuação, depósitos de material de construção também querendo diversificar, que é onde entra o nosso projeto mais +Rental, e isso nos ajuda bastante a ter uma perspectiva boa.

Como funciona o projeto +Rental? A ideia é fazer parcerias com quem já tem um depósito de materiais de construção?

O +Rental tem por objetivo ser uma store in store, uma loja dentro da loja, uma ilha. E ela utiliza da logística do depósito de material de construção pra poder aliar a entrega do equipamento e aumentar o faturamento do lojista.

Hoje o investimento no +Rental é em torno de 250 mil reais com potencial de faturamento de 15 a 16 mil reais e retorno do investimento em 36 meses com uma mini unidade dentro da sua loja.

Mas não é arriscado isso? Ele já tem o negócio dele com a marca dele, ele vai introduzir uma outra marca de uma outra rede? Não é como a quitanda trazer o Mini Extra pra dentro dela?

Na verdade não. O Mini Extra vai trabalhar com os mesmos produtos que a quitanda vende, já nós trabalhamos com equipamento para locação, que é diferente. Ela possui sinergia com o mercado, ele pode aumentar o faturamento dele e utilizar da logística que ele tem. Ou seja, a redução máxima de custos e o potencial de faturamento maior.

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